ARTIGO 2Do Testemunho da Revelação a Respeito de Deus e do Homem
ARTIGO 2
Do
Testemunho da Revelação a Respeito de Deus e do Homem
Ao testemunho das Suas obras
Deus acrescentou informações a respeito de Si mesmo e do que requer dos homens.
Essas informações se acham nas Escrituras Sagradas do Velho e do Novo
Testamento, nas quais possuímos a única regra perfeita para nossa crença sobre
o Criador e preceitos infalíveis para todo o nosso proceder nesta vida. Os
livros apócrifos não são parte da Escritura divinamente inspirada.
1 Hebreus 1.1; 2 Êxodo
34.5-7; a 2 Timóteo 3.15-17; 4 Isaías 8.19,20; Deuteronômio 4.2; Apocalipse
22.18,19; 2 Timóteo 3.16,17.
Esboço
do comentário:
1. Deus acrescentou
informações
2. Deus revelou a Si mesmo
2.1 Os nomes primários de
Deus
2.2 Os nomes compostos com
El
2.3 Os nomes compostos com
Javé
2.4 Os nomes da Deidade do
Novo Testamento
3. A revelação do que Deus
requer dos homens
4. A revelação se encontra
na Bíblia
O primeiro dos 28 Artigos
sintetiza a nossa crença em um Deus único e pessoal, de Quem a natureza
testemunha, indicando que é sábio poderoso e bondoso e é o governador soberano
de todas as coisas. O segundo ó completa, afirmando que Deus não Se tem deixado
sem revelar-se, e por esta razão pode ser conhecido por Suas criaturas. Ele Se
revela através da natureza e o faz também por Sua Palavra.
1. Deus acrescentou
informações Houve uma revelação feita aos pais, de muitos modos e muitas vezes,
através dos profetas (Hb 1.1). Foram informações que Deus acrescentou, de Si
mesmo, à revelação que fez por meio da natureza. Tem-se dado o nome de
"religião natural" ao tipo de sistema religioso que provém imediata e
inevitavelmente das necessidades e tendências da natureza humana. Baseia-se na
capacidade que o homem tem de interpretá-las, assim como de compreender, por si
mesmo, os testemunhos que através da Criação patenteiam a existência e o poder
da Divindade. De outro lado, chama-se "religião sobrenatural" ou
revelada àquela cujas doutrinas e orientação prática derivam da manifestação
pessoal da Divindade, por meio das revelações que de Si mesmo faz aos homens. A
superioridade da religião que se fundamenta na revelação é evidente, como
critério de conhecimento. Entre o homem finito e Deus infinito, o primeiro
nunca poderá compreender o segundo se Este não descer até ele. Daí a
necessidade de Deus revelar-se. O Cristianismo é uma "religião
revelada". Possui um Deus que não se esconde dos homens, antes, a eles Se
manifesta. Entende-se por "revelação" o ato sobrenatural pelo qual
Deus comunica aos homens verdades que, de outro modo, isto é, pela natureza ou
pela razão, simplesmente, não chegariam, a saber. Podemos identificar três
dimensões desta revelação divina: a natural, que se faz através da natureza, da
criação do mundo, incluindo o homem; a pessoal, feita por Jesus Cristo, a
suprema revelação do Pai; e a escrita, que se deu por meio das Escrituras.
2.
Deus revelou a Si mesmo
Antes de tudo, Deus Se
revelou (Ex 34.5-7). Deus é o Ser incognoscível. O homem só pode conhecê-lo na
proporção em que Ele mesmo se dá a conhecer. Certa medida de Sua natureza Ele
mostrou a Moisés e progressivamente a outros Seus ser-vos, alguns dos quais
também inspirou para que registrassem a "revelação", como hoje a temos.
Ninguém saberia nada a respeito de Deus, se Ele a Si mesmo não se mostrasse. A
esse tipo de revelação chama-se "revelação especial", em oposição à
revelação natural. É a auto manifestação de Deus para certas pessoas, em tempos
e lugares definidos. No hebraico, revelar é galah, e no grego apokalypto. Em
ambas as línguas bíblicas originais, o termo expressa o sentido de desvendar o
que está encoberto, de "tirar ou levantar o véu". Deus revelou de Si
mesmo Sua natureza, Sua personalidade e Seus atributos'. Muito de Deus é também
possível conhecer por Seus nomes. Hoje em dia, especialmente no Ocidente, os
nomes personativos não têm significado especial; servem apenas para distinguir
uma pessoa de outras. Mas outrora, os nomes próprios, no Oriente, eram
descritivos, simbólicos, proféticos. Revelavam uma característica intrínseca do
indivíduo ou do objeto nomeado. Exemplos: Jacó (Gn 25.26; 27.36), Betel (Gn
28.16-19), Benoni (Gn 35.18), Jesus (Mt 1.21). Quando o indivíduo manifestava
um novo característico, seu nome era mudado: Abrão (Gn 17.5); Jacó (Gn 32.28).
Essa verdade, referente ao significado dos nomes, aplica-se a Deus em grau
absoluto. Logo, é imprescindível compreender o sentido dos nomes divinos nas
Escrituras. Lemos muitas vezes, na Bíblia, do "nome" divino usado no
singular (Ex 20.7; Si 8.1). Quando aparece assim, não se refere a lima designação
especial de Deus; o termo é usado num sentido geral para denotar a auto revelação
da Divindade, pois há na Escritura uma íntima relação entre "nome" e
"essência". Os nomes de Deus exprimem a Sua natureza e caráter,
especialmente em relação ao homem. São subdivididos em gerais ou primários e em
especiais ou compostos.
2.1
Os nomes primários de Deus no Velho Testamento
a)
El, Eloah, Elohim — El é o singular de
Elohim. Aparece geralmente em palavras compostas, como Betel, ou em combinação
com um atributo, como ElOlam (Deus Eterno), em Gênesis 21.33. Esses dois nomes,
El e Elohim, em geral salientam o fato de que Deus é um ser exaltado, poderoso,
que se revela por ato de onipotência, devendo, por isso, ser reverenciado e
temido. Eloah emprega-se principalmente na poesia, em substituição a El. Quando
Deus se apresenta como Criador e Governador, é Elohim. Elohim ocorre 2.555
vezes. Destas, 2.310 referem-se ao Deus verdadeiro e 245 a outros seres. Em
português, é traduzido por Deus. O vocábulo é plural, mas, quando se refere ao
Deus verdadeiro, rege o verbo no singular. Explica-se esse plural como
"plural de majestade". Sugere a ideia de pluralidade em Deus, mas não
de politeísmo. Também denota que o Deus de Israel possui toda a plenitude dos
poderes que os povos pagãos atribuíam aos seus diversos deuses.
b)
Javé —
O mais elevado e o mais sacro nome. Designa a pessoa do Deus de Israel. É a
denominação mais distintiva de Deus e não é genérico, como Elohim. Ocorre cerca
de 5.500 vezes. Javé é o nome inefável de Deus. (A forma JAVÉ ou YAHWEH (Iavé)
é melhor que o termo Jeová a junção do nome sagrado com as vogais da palavra
Adonai, elaborada pelos massoretas por volta do século II). Esta palavra no
hebraico (JHWH), baseada em Êxodo 3.14, deriva do imperfeito de uma forma
antiga do verbo ser — "EU sou o que sou", ou, na terceira pessoa,
"Ele é o que é". Nas Escrituras, é relacionado especialmente com
Moisés e o Êxodo (Ex 3.13-15; 34.5-7). O nome de nota Deus, em primeiro lugar,
como aquele que é absolutamente livre e independente, agindo sempre conforme o
Seu próprio conselho; Aquele que é auto existente e auto consistente. Em
segundo lugar, salienta que Ele é fiel, cumpridor dos Seus concertos, mormente
o de redenção (Ex 6.2-8). É Aquele que pode fazer para o povo o que for
necessário — no caso, libertou-o da escravidão. Em terceiro lugar, ressalta a
Sua imutabilidade, pois, conforme dito acima, "Ele é o que é".
"Eu, o Senhor, não mudo" (Ml 3.6). Deve ser lembrado que Jesus
atribuiu este nome à Sua pessoa (Jo 8.28, 56-59).
c)
Adonai — Este nome da divindade aparece
muitas vezes no Antigo Testamento. A primeira está em Gênesis 15.2,8, e exprime
a ideia de soberania, domínio e possessão. A ideia primária de Adon e Adonai é
"Senhor" e "Meu Senhor", respectivamente, e se aplica tanto
a Deus como ao homem. Indica o falo de que a Deus pertence toda a família
humana, e por isso é exigida de todos, a obediência incondicional a Ele. Com
respeito aos homens, usa-se em duas relações: a de senhor (Gn 24,9,10,12); e a
de marido (Os 2.16,20).
2.2
Os nomes compostos com El
El, aquele que é forte, aparece umas duzentas
vezes, e em cem dessas é composto com outros nomes de pessoas ou de lugaresres,
sendo menos aplicado a pessoas. Em nomes de lugares, encontramos, por exemplo: Betel
(Gn 28.17,19), significando "casa de Deus"; Peniel (Gn 32.30),
significando "face de Deus"; Jezreel (Js 19.18), significando
"plantado por Deus". Com de pessoas, entre outros, temos: Eliézer (Gn
15.2), significando "Deus é o meu socorro"; Elimeleque (Rt 2.1), significando
"meu Deus e Rei"; Elias (1 Rs 17.1), significando “Jeová é meu Deus”
Daniel, significando "Deus é meu juiz".
a)
El Shadai: Deus Todo-poderoso (Gn 17.1;
28.3; 35.11; 48.3,4) Shadai tem diversos significados: Aquele que é todo poderoso,
todo-suficiente, altamente bondoso ou Aquele que é inesgotável em Sua bondade.
Em outras palavras, é o que outorga poder e satisfaz o Seu povo, que nutre que
alimenta. Como a criança recebe nutrição e satisfação do seio de sua mãe, assim
recebemos de Deus força e paz (Is 49.15).
b)
El Elion: Deus altíssimo (Gn 14.18,19;
Dt 32.8) — O sentido distintivo deste nome se acha em Gênesis 14.19: "Deus
altíssimo, o possuidor dos céus e da terra". É o Rei dos reis, o extremamente
exaltado; não há outra pessoa que possa ser comparada a Ele (Si 9.2; Dn 3.26;
4.17).
c)
El Olam: Deus eterno (Gn 21.33) — Olam
exprime duração eterna (Si 90.2-6); é o equivalente de aion, no Novo Testamento.
Este nome é aplicado a Deus, por Sua sabedoria Ele tem repartido tempo e
eternidade em dispensações ou séculos sucessivos. Não apenas salienta que Deus
é eterno, mas também que Ele é Deus sobre coisas eternas (Ef 1.9,10; 3.3-6).
2.3 Os nomes compostos com Javé
a) Javé Elohim (Gn 2.4) — Nome divino usado
primeiramente em conexão com a idéia de Deus, em Sua relação com o homem, na
condição de Criador (Gn 2.7-15), de Senhor (Gn 2.16,17), de Soberano (Gn
2.18-24), e de Redentor (Gn 3.8-15); e em segundo lugar na Sua relação com
Israel (Gn 24.7; Ex 3.15).
b) Adonai Javé: Senhor Javé (Gn 15.2) — Enfatiza
a idéia de que Deus é Senhor dos senhores (Gn 15.1-8; Dt 3.24; 9.26).
c) Javé Sabaoth: Senhor dos Exércitos (1 Sm
1.3,11) — Salienta que Deus é poderoso, é guerreiro, e manifesta a Sua glória
(Si 24.10). Este termo é empregado nos tempos de crise, nas horas da
necessidade e angústia do povo (Si 46.7,11). O vocábulo "exército" abrangem
primeiro os anjos, mas inclui ainda a idéia de que todo o poder divino ou celestial
está disponível para suprir as necessidades do povo de Deus. Javé é também nome
composto com outros sete apelativos, os quais apresentam Deus como o Provedor
de todas as necessidades dos homens: 1) Javé-firé: O Senhor proverá (Gn
22.13,14). Ele suprirá todas as necessidades e já proveu um sacrifício para
nós; 2) Javé-Rafá: O Senhor que te sara (Ex 15.26). Cura nossos corpos, bem
como nossas almas; 3) Javé-Nissi: O Senhor é minha bandeira (Ex 17.8-15). A
vitória sobre os inimigos vem inteiramente de Deus; 4) Javé-Shalom: O Senhor
envia a paz ou é paz (Jz 6.24). 5) Javé-Ra-ah: O Senhor é meu Pastor (Si 23.1).
Neste salmo há a presença de todos os outros seis títulos de Deus; 6)
Javé-Tsidkenu: O Senhor, justiça nossa (Jr 23.6). Não tendo justiça própria,
Deus é a nossa justiça (cf. 1 Co 1.30); 7) Javé-Shamah: O Senhor está ali (Ez
48.35). Equivale a Emanuel — "Deus Conosco" (Is 7.14; Mt 1.23). É
desejo supremo de Deus habitar com o Seu povo.
2.4 Os nomes da Deidade no Novo Testamento
O nome completo da Divindade em o Novo
Testamento é Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. Os títulos da
primeira pessoa são limitados, principalmente, às combinações associadas com o
vocábulo Pai. Ele é Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai Celestial, Pai
de Misericórdia, Aba Pai, Pai Santo, Pai Justo, Pai das Luzes e Pai da Glória.
a) Theos:
Deus — Este é o vocábulo mais comum para Deus no Novo Testamento. Traduz El e
Elohim. Muitas vezes se acha ligado ao pronome possessivo: nosso Deus, teu
Deus, vosso Deus, porque, em Cristo, Deus pode ser considerado o Deus de todos
e de cada um dos Seus filhos. A idéia de um Deus nacional do Antigo Testamento
passou a ser a de um Deus do indivíduo, no Novo Testamento.
b) Kyrios:
Senhor — É um nome que se aplica a Deus, mas também a Cristo. Toma o lugar de
Adonai e de Javé, embora No tenha exatamente o mesmo significado deste último.
Designa Deus como possuidor, governador de todas as coisas, muito especialmente
do Seu povo. A idéia de Javé se encontra reproduzida pelas expressões Alfa e
Ômega, no Apocalipse (1.8).
c) Pater:
Pai — Título quase peculiar ao Novo Testamento. No Antigo, o termo equivalente
ocorre algumas vezes (Dt 32.6; Is (13.16). Israel é filho de Deus (Ex 4.22; Dt
14.1; Is 1.2). Os títulos da primeira pessoa como já foram dito, são usados
principalmente com as combinações em que vem a palavra Pai.
Mas este termo não está empregado sempre na mesma
relação. Às vezes exprime uma relação especial entre a primeira e a segunda
pessoas da Trindade (2 Co 1.2; Jo 1.18; 3.35; 6.57), e em outras, o
relacionamento entre Deus e os Seus filhos espirituais. Há na Bíblia uns
trezentos títulos e designações que se referem à segunda pessoa. Seu nome
completo é Senhor Jesus Cristo, sendo Senhor título da divindade, Jesus título
da humanidade e Cristo título dos ofícios prefigurados no Antigo Testamento, de
Profeta, Sacerdote e Rei, atribuídos ao Messias, o Ungido. É evidente que a
seleção dos nomes e a ordem do seu agrupamento, num dado texto, tem propósito
divino e manifesta a sabedoria divina. Quanto ao Espírito Santo, não há nomes
revelados. Ele é conhecido por títulos descritivos, como sejam: o Espírito de
Deus, o Espírito de Cristo. Há duzentas dessas designações.
3.
A revelação do que Deus requer dos homens
O Senhor também revela o que
deseja dos homens. Ele lhes deixou "preceitos infalíveis", pelos
quais devem conduzir-se neste mundo. O decálogo, ou os Dez Mandamentos (Ex
20.1-17 e Dt 5.1-21), está dividido em duas partes principais. A primeira, que
compreende os quatro primeiros mandamentos, refere-se aos deveres do homem para
com Deus; a segunda, composta dos seis outros mandamentos, contém deveres para
com o próximo. Por esta razão, Paulo ensina a Timóteo que as Sagradas Letras
podem fazer o homem sábio para a salvação e são úteis para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a educação na justiça, conduzindo-o a
alcançar o propósito de Deus (2 Tm 3.15-17).
4.
A "revelação" se encontra na Bíblia
O que precisamos saber a
respeito do Senhor, de Sua natureza, Sua vontade e Sua obra, se acha nas
Escrituras, compostas pelo Antigo e Novo Testamento, com a quantidade de livros
que temos nas traduções e versões que usamos. São os 39 do Antigo e os 27 do
Novo. Estes são os livros canônicos — que os cristãos no decorrer do I ao IV
séculos reuniram e consideraram a revelação completa dada por Deus. Tais livros
foram submetidos às provas da autoria, da genuinidade e da autenticidade.
O cânon do Antigo Testamento
é o resultado de um acrescentamento gradual, efetuado pelos judeus, indicado na
divisão tríplice de Lucas 24.44: a lei, os profetas e os salmos (ou escritos).
Este texto demonstra que o Senhor Jesus considerava inspirados os livros do Antigo
Testamento, como hoje os temos.
Os 39 livros do Antigo
Testamento, colocados em suas cinco principais divisões, são:
1)
Pentateuco (ou livros da Lei): Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
2)
Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2
Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester;
3)
Poéticos: Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, Cantares de Salomão (ou Cântico dos Cânticos);
4)
Profetas Maiores: Isaías, Jeremias,
Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel;
5)
Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós,
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Os
27 livros do Novo Testamento, também distribuídos em cinco partes, são:
1) Evangelhos
(ou Biografias de Jesus): Mateus, Marcos, Lucas e João;
2) Histórico:
Atos dos Apóstolos;
3) Epístolas
Paulinas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1
e 2 Tessalonicenses; 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon e Hebreus. À divergências
quanto à classificação da epístola aos Hebreus, ela também é incluída como parte
das Epístolas Gerais.
4) Epístolas
Gerais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas; 5') Profético: Apocalipse.
A Igreja rejeitou, já no
século IV, o acréscimo de textos e livros chamados "apócrifos". Na
tradução da Bíblia para o la-tim, a Vulgata Latina, obra de Jerônimo, ele
adverte que tais livros servem à igreja para exemplo de vida e instrução de costumes,
mas não para estabelecer doutrina alguma. Os cristãos não possuem outro
"manual" para a vida, a não ser a Palavra de Deus, nem devem buscar orientação
espiritual fora dela. Não se consegue encontrar luz para os caminhos em outro
lugar (Is 8.19,20). As Escrituras devem ser a base, a medida das coisas
ensinadas a respeito de Deus. Por mais crível que nos pareça uma doutrina, por
mais digno de crédito que pessoalmente nos seja um mensageiro, o fato é que se
a sua mensagem e o seu ensino não se harmonizam com o que Deus providenciou e
conservou no Sagrado Livro, suas afirmativas devem ser deixadas à margem, por
causa do testemunho mais evidente das Escrituras. A Bíblia é a Verdade e um
critério da Verdade. Isso significa que nada que contrariar o seu espírito ou o
seu reto ensino pode ser aceito como sendo verdadeiro. Nesse sentido é que
dizemos que ela é a nossa "única regra de fé e prática". Nenhuma
doutrina e nenhuma interpretação é considerada final e definitiva se não se apoia
em textos claros e decisivos das Escrituras, ou em verdades que formam a base
do grande corpo do pensamento bíblico. Essa regra de interpretação, devidamente
considerada, evitaria muitas controvérsias amargas e separações partidárias entre
pessoas que amam sinceramente o Livro de Deus. A Bíblia é a "única"
norma para a vida, suficiente como guia do homem em todos os aspectos da sua
existência. Os preceitos bíblicos são completos e infalíveis. Completos porque
a eles nada mais se pode acrescentar ou tirar (cf. Dt 4.2; Ap 22.18,19);
infalíveis porque a Palavra de Deus não falha em cumprir o propósito de tornar
o homem "perfeito" e habilitado para toda boa obra (2 Tm 3.16,17).
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